A experiência dos últimos quatro meses mostra que só há duas formas de travar a epidemia: uma vacina acessível aos grupos de risco (idosos e doentes crónicos) ou a imunidade de grupo.
Estamos ainda longe de ter uma vacina e mais longe ainda de a ter em quantidades suficientes para a aplicar a uma parte significativa da população.
Ao contrário da Suécia, estamos muito longe de adquirir a imunidade de grupo.
Seja como for, o vírus vai andar por aí provavelmente para sempre e com algum nível de letalidade por um bom par de anos.
Tal como acontecia antes de haver vacina para a gripe, o novo corona vai continuar a matar durante alguns anos e temos de viver com esse pequeno risco.
No final do dia, chegaremos à conclusão de que a taxa de letalidade foi semelhante em todo o lado, não importa a estratégia usada.
Portugal seguiu o pior dos caminhos: fechou a economia durante demasiado tempo e de forma exageradamente rígida, - e com isso lançou centenas de milhares de portugueses, sobretudo jovens, para a pobreza - e estendeu no tempo a crise pandémica vindo a ser, provavelmente, um dos últimos a sair dela.
E enquanto fechava a economia e colocava a polícia atrás de quem saía de casa,foi deixando as residências de idosos desprotegidas e estes deixados à sua sorte.
Nas últimas semanas, O Governo pôs-se à caça de gambozinos em Lisboa, Sintra e Loures, obrigando pessoas assintomáticas e perfeitamente saudáveis a submeterem-se a testes e a quarentenas forçadas, lançando o pânico entre as populações.