domingo, 21 de fevereiro de 2016

Um ministro da educação que é contra a cultura do mérito e do esforço

Custa a crer que o ministro da educação do Governo da Frente de Esquerda tenha dito o que disse sobre os "malefícios de estudar para os exames". Mas disse. Falta saber quem lhe soprou ao ouvido tão grande disparate. As declarações de Mário Nogueira, o dirigente máximo da Fenprof, repetidas ao longo das duas últimas décadas - tantas quanto o sindicalista comunista leva ao comando da Fenprof - não deixam margem para dúvidas. Há completa consonância entre as palavras do ministro da educação e as repetidas declarações de Mário Nogueira. Lê-se e não se acredita que o ministro da educação tenha dito isto como justificação da reversão da política educativa seguida pelo anterior ministro da educação, Nuno Crato, entre 2011 e 2015.


"Treinar para os exames é pernicioso e nocivo”. Tenho a “responsabilidade de intervir urgentemente na reparação de danos causados por uma política de “cultura da nota”, assente no “treino” e que fazia da escola, não uma “escola inclusiva e integradora, mas uma escola seletiva”.

Temos um Governo de procuração. A Fenprof não se limita a controlar os burocratas, coisa que faz com eficácia há várias décadas, e as agências de produção de burocracia, instaladas na Avenida 5 de Outubro, na Avenida 24 de Julho e na Praça de Alvalade. Agora, tem um procurador que governa em função da agenda comunista. Não é preciso esperar muito para ver regredir os avanços no combate ao abandono e insucesso escolar repetidamente evidenciados pelos relatórios internacionais da OCDE e do PISA. Alguém duvida que boa parte da redução do abandono escolar e do insucesso se deve à introdução dos exames no ensino básico? Quem conhece o mundo das escolas sabe que o simples facto de os alunos serem submetidos a exames introduz nos professores, nos alunos e nas famílias uma cultura de exigência, rigor e esforço que, por si só, permite ganhos significativos no desempenho escolar. Alguém duvida que a existência de exames e a divulgação dos resultados dos alunos e das escolas permitem o escrutínio público do trabalho desenvolvido por professores e dirigentes escolares e que esse escrutínio traz ganhos competitivos e gera informação que facilita a livre escolha das escolas?

Portugal arrisca-se a ter um ministro da educação que, para além de ignorante em matéria de educação, se limita a ser um procurador da Fenprof e do PCP.

Na educação como nas finanças e na economia, Portugal caminha rápido para o desastre guiado, em velocidade descontrolada, por um Governo de procuração condenado a executar as políticas que o PCP e o BE impõem a um PS que caiu nas mãos de um bando de oportunistas e irresponsáveis.

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