sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Identidade e controlo

A conferencista, professora numa universidade pública, apresentou-se ao público como socióloga, multiculturalista dos sete costados, capaz de voar de projeto em projeto, ora aqui, ora em África, um dia talvez no Brasil.

Depois de dissertar sobre os malefícios dos rankings, dos exames nacionais, dos currículos centrados nos conteúdos, começou a zurzir na Cultural Ocidental, culpando o Ocidente de todos os crimes imagináveis, responsabilizando-o pela fome no Mundo, o trabalho infantil, as guerras, o racismo e o sexismo.

O público, composto por estudantes de mestrado na área das ciências sociais, exultava, partilhando do mesmo entusiasmo e da paixão pelo ativismo político que irradiava da conferencista. O entusiasmo contagiava. A conferencista estava ali para salvar o Mundo.

Depois, a conferencista centrou-se na questão da identidade nacional. E disse:

"eu não tenho identidade e passo muito bem sem ela. Nasci em Portugal, andei por meio Mundo, fiz parte de muitos projetos em África, cruzei-me com muita gente, deixei-me contagiar e, chegada aqui, a minha identidade é a soma de todas as identidades com que me cruzei. A minha identidade é forjada na luta contra as opressões e no repúdio pela cultural patriarcal que alimenta o domínio do homem branco."

Houve quem batesse palmas.

E a conferencista continuou:

"a escola tem um papel importante na luta contra a identidade nacional, o conceito de país, de Estado e de nação. É preciso que as novas gerações se afastem desses conceitos, os repudiem, e possam abraçar as novas identidades, feitas das lutas pela igualdade de género, inclusão social, igualdade e democracia participativa".

Choveram mais palmas.

"Quando os refugiados nos batem à porta, não devemos perguntar quem são nem de onde vêm. A resposta deles só pode ser uma: vimos da Terra, da Terra somos e a ela pertencemos. A nossa resposta só pode ser esta: acolhê-los a todos sem quaisquer limitações porque eles fogem das guerras e da miséria que o Ocidente promove em todo o Mundo!"

E a conferencista, cada vez mais entusiasmada, atinge o clímax:

"A identidade nacional conduz à guerra, alimenta a xenofobia e é fonte de opressão dos povos. Estes ensinamentos têm de ser integrados nos currículos, do pré-escolar às universidades, fomentando a consciência crítica e formando as novas gerações para o combate sem tréguas contra a identidade nacional, os valores Ocidentais e uma cultura que foi e é alimentada pela opressão".

Mais palmas. Por fim, a conferencista fica rodeada de dezenas de alunas, que a cumprimentam e elogiam, cada vez mais entusiasmadas.

Vim para casa e no caminho pus-me a pensar: a identidade nacional, as raízes culturais, a História estão sob ataque cerrado nas escolas e universidades.

A resposta a esse ataque reside na defesa de uma identidade nacional que se abra ao universalismo e à diversidade e se exerça com tolerância.

4 comentários:

  1. "A identidade nacional conduz à guerra, alimenta a xenofobia e é fonte de opressão dos povos."

    Trata-se da reengenharia do fascismo. Foi justamente a ausência de identidades nacionais que conduziu às piores guerras. Os Nazis negavam a identidade dos restantes, os soviéticos anunciavam a identidade internacional comunista.

    Por que não vai essa gente para o Médio Oriente, local de onde são oriundos a maioria dos "refugiados", anunciar essa boa nova?

    Os mesmos idiotas proclamavam, com o mesmo orgástico entusiasmo, que África era dos africanos e não dos colonialistas. Hoje a proclamação é que a Europa é dos africanos mas África não é dos europeus.

    É o maravilhoso mundo da escumalha "esclarecida" ou, como lhes chama Luiz Felipe Pondé, os "resolvidos".

    https://www.youtube.com/watch?v=QrodY0NYwfI

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  2. Sobre os que não têm preconceitos e são bem "resolvidos":

    https://www.youtube.com/watch?v=2jmkyFnLIcU

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  3. "A resposta a esse ataque reside na defesa de uma identidade nacional que se abra ao universalismo e à diversidade e se exerça com tolerância."

    A sério? Então já perdeste...

    Não sei como alguém exposto ao que aqui foi mostrado, que se vê incomodado e sob ataque, chega a esta conclusão.

    Se não os podes vencer, junta-te a eles...

    Afonso

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  4. ahahahahahahahah
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    O Bandalho Europeu não tem outra alternativa que não seja a FUGA PAR A FRENTE.
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    ---» Há que abrir os olhos: NÃO FAZ SENTIDO ANDAR A PERDER MUITO TEMPO COM O BANDALHO EUROPEU (marioneta da alta finança - capital global)
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    O Bandalho Europeu está num movimento de passo acelerado em direcção ao caixote do lixo da História.
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    Nota: O BANDALHO EUROPEU (marioneta da alta finança - capital global) critica a repressão dos Direitos das mulheres... todavia, em simultâneo... não se preocupa com a construção duma sociedade sustentável (média de 2.1 filhos por mulher), e anda por aí a apregoar aos sete ventos que a resolução do problema demográfico da Europa está na nacionalização da 'boa produção' demográfica daqueles que tratam as mulheres como úteros ambulantes [a 'boa produção'... foi proporcionada precisamente pela repressão dos Direitos das mulheres] - ex: islâmicos.
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    Todos diferentes, todos iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta (nota: inclusive as de pouco rendimento demográfico... inclusive as economicamente pouco rentáveis).
    Os 'globalization-lovers', UE-lovers e afins... que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
    Pelo legítimo Direito à Sobrevivência das Identidades Autóctones:
    ---» http://separatismo--50--50.blogspot.com/
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    É NECESSÁRIO UM ACTIVISMO GLOBAL: leia-se, as múltiplas Identidades Autóctones (no continente europeu e não só) em risco de sobrevivência... devem contactar entre si... e devem manifestarem-se a nível global.
    O primeiro passo será/é ir divulgando a ideia de SEPARATISMO-50 nos países aonde a população nativa está sendo submergida pelo crescimento demográfico imparável dos não-nativos naturalizados.
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    P.S.
    Um case-study para a história: a forma como as marionetas da alta finança (capital global) fizeram a campanha anti-Trump.
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    Nota: A alta finança (capital global) está apostada em dividir/dissolver as Nações... terraplanar as Identidades... para assim melhor estabelecerem a Nova Ordem Mundial: uma nova ordem a seguir ao caos – uma ordem mercenária (um Neofeudalismo).
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    É preciso ter cuidado com as marionetas ao serviço da alta finança (capital global) infiltradas em PNR's e afins: elas sabem que são múltiplas as Identidades Autóctones (no continente europeu e etc) em risco de sobrevivência... todavia elas insistem em manifestações isoladas... PROCURANDO BLOQUEAR O NECESSÁRIO ACTIVISMO GLOBAL para enfrentar a ameaça global: a alta finança (capital global).



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Agora que decidiu juntar-se a este grupo de conversação e debate sobre educação realista, resta-me agradecer a sua colaboração. Aqui dá-se luta ao socialismo.